Meca do luxo, Daslu vai a leilão hoje com lance de R$ 1,4 milhão Paula Bonelli 07 de junho de 2022 | 01h00.
Caso não haja compradores, valor ainda pode cair pela metade. Foto: Tiago Queiroz O leilão da Daslu pode ser encerrado hoje pelo valor mínimo,de R$1,4 milhão. Se vendida, os recursos serão usados para pagar dívidas do processo de falência da empresa, como determinou a Justiça de São Paulo. No pacote, direitos de exploração das marcas do grupo e do site Daslu. Caso não haja compradores, começa um segundo leilão com término em 14 de junho, pela metade do preço. “O valor de avaliação da marca atual é bem menor do que ela já movimentou no passado”, diz Mariana Valverde, advogada atuante na indústria da moda. “A Daslu foi uma loja pioneira em vender grifes internacionais no Brasil, oferecendo toda uma experiência de luxo”, completa. Inicialmente, a Daslu funcionou em várias casinhas interligadas na Vila Nova Conceição, nos anos 90, onde mulheres da alta sociedade circulavam e experimentavam roupas à vontade – a entrada de homens era proibida. As vendedoras ganharam o apelido carinhoso de “dasluzetes” – eram jovens da nata da sociedade paulistana. Em 2005, uma grande festa marcou a inauguração do imponente prédio neoclássico da Daslu na Marginal Pinheiros com o então governador Geraldo Alckmin, orquestra e muitos convidados ilustres. Um mês depois houve a megaoperação da Polícia Federal que revelou um esquema de sonegação fiscal. A dona do grupo, Eliana Tranchesi, morta aos 56 anos de câncer, chegou a ser condenada a 94 anos e seis meses de prisão. Recentemente, o ex-sócio e irmão dela, Antonio Carlos Albuquerque, que estava foragido, foi preso pela polícia no Morumbi, em São Paulo.